Por: Amanda Demétrio, Sesi-SP
10/08/202115:15- atualizado às 17:21 em 23/01/2023
Depois de 17 dias de competições nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, os sete atletas das modalidades: atletismo, natação, triathlon e wrestling, retornaram para o Brasil com a bagagem cheia de experiências e novas metas para o próximo ciclo olímpico. Diferente da edição de 2016, no Rio de Janeiro, quando o Sesi-SP credenciou atletas veteranos no vôlei, polo aquático e natação, e retornou com medalhas, em 2021, a instituição emplacou em Tóquio cinco nomes estreantes em uma olímpiada, Luisa Baptista e Manoel Messias do triathlon, Felipe Bardi e Lucas Vilar do atletismo e Matheus Gonche da natação.
Uma das primeiras modalidades a competir em Tóquio, o triathlon masculino contou com apenas um atleta representando o Brasil, um jovem estreante em Jogos Olímpicos. Manoel Messias (24), atleta do Sesi-SP há 8 anos, conquistou a 28ª posição na prova individual, superando a marca do companheiro de equipe, Reinaldo Colucci, 36º colocado em Londres 2012.
Messias integrou o último grupo de atletas durante toda prova, finalizando a natação e transição para o ciclismo na 49ª colocação. Mas foi na reta final, na etapa de corrida, que o brasileiro cresceu e conseguiu melhores posições, deixando seus adversários para trás.
“Foi uma prova bem dura e bem rápida desde o começo. Na natação saí cortado do grupo principal, na bike puxei praticamente sozinho, mas me senti bem e saí pra correr bem também, me sentindo forte desde o início e principalmente no final onde consegui ganhar bastantes posições e acabar bem. Foi uma prova que eu gostei bastante e consegui dar o meu melhor”, explicou o triatleta.
No feminino, o Brasil contou com duas representantes, entre os nomes, teve a também estreante do Sesi-SP, Luisa Baptista. Mesmo sem conseguir figurar entre as primeiras colocadas durante todo o trajeto, largando na 35ª posição, a triatleta alternou entre altos e baixos durante todo o percurso e finalizou o evento na 32ª colocação, com o tempo de 2:05:32.
Na natação, a trajetória do jovem estreante Matheus Gonche, também não foi fácil. O nadador, que surpreendeu a todos ao alcançar o índice olímpico, disputou a prova dos 100m borboleta, fez o quinto tempo na sua bateria com 53s02, e não conseguiu se classificar para a semifinal, finalizando a disputa na 43ª colocação. Etiene Medeiros, que participou da sua segunda olimpíada, chegou em Tóquio com o 17º tempo do mundo nos 50m livre, mas devido a uma lesão que a prejudicou na reta final, não conseguiu desempenhar um bom papel e finalizou a competição na 29ª posição com o tempo de 25s45. No revezamento feminino 4x100m livre, o quarteto formado por Etiene Medeiros, Stephanie Balduccini, Ana Vieira e Larissa Oliveira finalizou a prova com o tempo de 3m39s19, na 12º, colocação.
"Olimpíada é uma montanha russa de emoção. Tinha dias que eu me sentia bem, outros que me sentia mal, é difícil controlar e estar bem sempre, comecei mal e fiquei bem. Estava acreditando que seria um bom tempo hoje, fiquem um pouco aquém — um mês atrás cheguei em 52s08, a piora de tempo é triste, mas foi uma decepção do momento, agora é trabalhar para o ciclo 2024", comentou Matheus Gonche.
Felipe Bardi e Lucas Vilar, velocistas do Sesi-SP, também deram o primeiro passo em suas trajetórias olímpicas em Tóquio. Bardi, ex aluno do Sesi Americana e destaque do Programa Atleta do Futuro, disputou as eliminatórias dos 100m rasos e terminou em quinto lugar na sua bateria com o tempo de 10s26. Enquanto Lucas Vilar ficou na sexta posição da quinta bateria eliminatória dos 200m rasos com o tempo de 21s31.
No revezamento 4x100m, a equipe brasileira masculina, formada por Rodrigo do Nascimento, Bardi, Derick Silva e Paulo André Camilo, ficou fora da final após terminar a primeira bateria das eliminatórias na 5ª posição com o tempo de 38s34, a 12ª melhor marca no geral.
No grupo dos veteranos, além da nadadora Etiene Medeiros, a lutadora Aline Silva também contou sua história na edição de 2020 do maior evento esportivo do mundo. No primeiro dia de provas do wrestling, Aline encarou a turca Yasemin Adar e sofreu o revés por 6 a 0. A atleta da seleção brasileira e do Sesi-SP começou uma luta dura com a turca, que acabou conseguindo marcar dois pontos. A brasileira buscava a reação, mas a adversária achou uma brecha e conseguiu abrir a vantagem para 4 a 0. No final, Yasemin Adar acertou um golpe e fechou a luta em 6 a 0.
“É triste sair daqui sabendo que eu fiz o meu máximo e não foi o suficiente. Eu tinha que ter defendido melhor no primeiro round, ela pode se esconder no segundo round a luta toda. Ela não fez mais nada, não tentou lutar, a arbitragem não pressionou, meu erro foi no primeiro momento. Pra obrigar ela a lutar mais e eu tivesse a chance de lutar o segundo round”, falou Aline após luta, que ainda completou enaltecendo a nova geração de atletas.
“Eu gosto de pensar no esporte como algo que empodera. Esses devem ser meus últimos Jogos Olímpicos e eu passo a bola para a próxima geração. A gente quer acreditar que faz a diferença e que o caminho vai ser mais fácil para as outras meninas. E é isso que eu quero que aconteça,” conclui Aline.